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SOP: quais exames necessários para diagnosticar e porque o anticoncepcional não trata o problema

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SOP: quais exames necessários para diagnosticar e porque o anticoncepcional não trata o problema

Como ocorre em outras doenças relacionadas a mulheres, a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das causas de infertilidade feminina. Uma em cada 15 mulheres são portadoras da síndrome. Apesar de não haver cura, pode haver tratamento e melhora dos sintomas. Quanto mais cedo a síndrome é detectada, mais fácil controlar o metabolismo, portanto, o diagnóstico é fundamental, para tanto é necessário que a paciente apresente dois ou três sintomas combinados, após a exclusão de outras patologias. Os exames podem ser solicitados assim que houver suspeita de um quadro de SOP.

Os sintomas presentes que levam a confirmação de SOP são:
– Hiperandrogenia (aumento excessivo de hormônios masculinos) causando hirsutismo, acne, queda de cabelo;
– Ciclos menstruais com intervalos irregulares curtos ou longos demais e a falta de ovulação;
– Ovários com presença de cistos, observados através do ultrassom.

Exames que podem e devem ser solicitados:
Ultrassom: o ideal é que seja realizado por via transvaginal. É possível observar o volume ovariano, a textura do ovário e a presença de pequenos cistos. A presença de 12 ou mais em cada ovário, medindo 2 a 9 mm no seu maior diâmetro, é característica da síndrome.
Avaliação hormonal: para identificar a hiperandrogenia (aumento dos hormônios) característica da doença e descartar outras possibilidades. São avaliados os seguintes hormônios:

• FSH e LH: a relação LH e FSH é geralmente > 3:1
• T3, T4, T4 livre e TSH: hormônios ligados à tireoide que estão relacionados à síndrome do ovário policístico e podem estar alterados.
• Prolactina: normalmente aumentado em pacientes com SOP.
• Androgênios: 17-Hidroxiprogesterona, testosterona total, testosterona livre, SHBG, SDHEA, androstenediona e cortisol.
• Hidroxiprogesterona (17 OHP): hormônio que deve ser mensurado com o intuito de descartar hiperplasia congênita da glândula supra-renal (causa sintomas parecidos com os da SOP).

Resistência à insulina: A insulina é o hormônio que participa da entrada da molécula de glicose na célula. Quando a mulher é portadora da SOP, existe um desequilíbrio metabólico que leva a um defeito em sua ação, o que gera acúmulo de glicose no sangue. Em consequência desse desequilíbrio, pode haver o surgimento de diabetes e aumento da concentração de insulina no sangue. Esta característica está presente em 50% a 70% dos quadros de SOP, principalmente na presença de sobrepeso. Essa resistência à insulina tem total ligação com o aumento da produção de hormônios andrógenos e estradiol, assim como na diminuição da síntese de SHBG pelo fígado, aumentando a taxa de testosterona. A investigação por meio de exames para identificar a resistência à insulina são extremante importantes. Seu controle também envolve prevenção de desenvolvimento de diabetes melitus.

Avaliação metabólica: para saber informações detalhadas sobre o metabolismo da paciente, analisando o perfil lipídico (triglicérides, colesterol HDL, colesterol LDL e colesterol total), pois as alterações nesses índices caracterizam a Dislipidemia, comum em quadros de síndrome metabólica. Também é feita e analisada a curva glicêmica e de insulina, onde é possível observar o metabolismo de carboidratos do paciente, com o intuito de diagnosticar a resistência à insulina.

Anticoncepcional como tratamento
A indicação de uso de anticoncepcional para qualquer mulher é comum atualmente, muitas delas, assim que entram na fase inicial da vida reprodutiva já começam a fazer uso com a intensão de diminuir cólicas, regulação do ciclo e até diminuir espinhas, enfim. Para as mulheres portadoras de SOP a recomendação é quase inânime, tomar a pílula como forma de tratamento é a maneira mais fácil e rápida de reverter alguns sintomas.

O que não é falado é que esse método apenas mascara o problema, tratando apenas os sintomas e não a causa da síndrome. Essa é a razão pela qual o anticoncepcional não trata o problema, pois não vai na raiz da SOP.

A disfunção metabólica que dá origem à SOP é que deve ser tratada, o desequilíbrio hormonal. Um tratamento eficiente tem o intuito de regularizar os ciclos menstruais, combater o excesso de hormônios masculinos, reduzir o peso se necessário, prevenir o desenvolvimento de câncer do endométrio, diminuir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo II e de síndrome metabólica.
A melhor forma de se tratar a SOP é por meio de mudança nos hábitos alimentares e de rotina de vida, como a inclusão de exercícios físicos. A alimentação tem total relação com o nosso metabolismo, todos os alimentos que ingerimos são capazes de interferir no funcionamento do nosso organismo, porque não utilizar de estratégias a fim de atingir a raiz do problema, ou seja, as alterações metabólicas? Essas estratégias por meio da alimentação são eficazes e proporcionam grande melhora no quadro da síndrome.

As formas de tratamento via alimentação inclui uma dieta com restrição de carboidrato, onde apenas carboidratos complexos são consumidos, a fim de regular os níveis de insulina. As fibras também são muito bem quistas, além de diminuírem o índice glicêmico da alimentação, também diminui as chances de problemas relacionados ao colesterol, muito comum na SOP.
As gorduras saturadas – de origem animal – também devem ser evitadas na alimentação favorável do tratamento de SOP. Mas as gorduras mono e poli saturadas, são benéficas, elas são de origem vegetal, presentes em alimentos como azeite de oliva extra virgem, abacate e oleaginosas.

2019-01-08T11:11:42+00:00