Com toda certeza, você já ouviu de alguma mulher que toma anticoncepcional que o faz para o tratamento dos ovários policísticos. É algo muito comum e até pouco tempo o único “tratamento” conhecido. Muitas das portadoras, inclusive, dizem não conhecer nenhuma outra forma de controlar os sintomas causados pela SOP, se não for pelo uso do anticoncepcional.
Muitas mulheres, inclusive, os utiliza por diversos anos consecutivos, sem pausas, como se fossem o tratamento de ouro da síndrome do ovário policístico.
Como já citamos diversas vezes por aqui, o anticoncepcional não trata de verdade a síndrome e apenas mascara os sintomas, fazendo com que a mulher não sinta mais nenhum deles, enquanto ingere os hormônios.
Assim que ela interrompe o tratamento, todos os sintomas voltam à tona dentro de poucas semanas. Por isso falamos que o anticoncepcional não trata de fato. Podemos dizer que ele coloca todos os sintomas dentro de uma bolha, e quando você interrompe o uso do medicamento, essa bolha estoura e todos os sintomas começam a surgir novamente. Nenhum anticoncepcional pode ser considerado tratamento para SOP, já que nenhum deles chega, de fato, à raiz do problema.
Diversos médicos e profissionais vêm alertando sobre o uso dos anticoncepcionais, dizendo que os mesmos são um risco para a saúde da mulher, tenha ela a síndrome do ovário policístico ou não.
O anticoncepcional se constitui em um composto de hormônios e substâncias. O excesso de estradiol, por exemplo, que é um hormônio presente nos anticoncepcionais, pode causar problemas de coagulação sanguínea, como trombose, que nada mais é que a formação de trombos, pedaços de sangue coagulado, que poderão afetar o intestino, os membros inferiores, coração e cérebro. Quando não descobertos inicialmente, podem ser fatais, sendo as causas da trombose venal profunda, tromboembolia pulmonar, AVC, dentre outras situações menos comuns.
O raciocínio não deve ser focado só na pílula anticoncepcional. É preciso avaliar a dinâmica dos hormônios sintéticos e entender que eles aumentam a coagulação do sangue. Dessa forma, a mulher tem uma chance maior de uma trombose em qualquer vaso do organismo, há qualquer momento da vida.
O estradiol, em níveis normais, causa benefícios à mulher e é extremamente necessário, mas quando é associado ao uso de anticoncepcional, pode aumentar drasticamente a chance de câncer de mama e de colo de útero, em mulheres de segunda e terceira idade.
O estradiol em excesso, pode aumentar o edema, adipogênese, e o risco de doenças cardiovasculares.
Existem diversas informações que o médico deve perguntar para a paciente antes de receitar qualquer pílula anticoncepcional. Ele deve saber se a mulher ou alguém da família dela tem histórico de trombose, trombose hemorroidária (hemorroida rompida ou comprimida, que deixa o sangue acumulado no ânus, formando um coágulo), aborto de repetição, se ingere pouco líquido diariamente, se tem tendência a varizes, se é uma paciente com quadros de enxaqueca crônica ou se é fumante, com atenção especial aos dois últimos itens, que podem aumentar as chances de trombose de forma significativa.
Pessoas com sobrepeso, obesidade ou que viajam constantemente de avião possuem quatro vezes mais chances de serem diagnosticados com trombose nas pernas, embolia pulmonar, infarto ou AVC.
Mas então, vem a pergunta: “Se o anticoncepcional, não trata a SOP e não é o melhor tratamento para a síndrome, como tratar?”
O melhor tratamento, que traz verdadeiros benefícios e que hoje é considerado como o tratamento de primeira linha para portadoras de SOP é a mudança de estilo de vida, composto por alimentação saudável, atividades físicas, fitoterápicos, chás e suplementos específicos.
Consulte sempre um bom profissional da saúde!