A síndrome do ovário policístico é uma doença endócrina que envolve uma série de alterações hormonais.
Com a SOP a mulher tende a apresentar uma série de sintomas e requer um tratamento a longo prazo, pois infelizmente, é uma doença que não tem cura.
A SOP pode, inclusive, ser considerada uma nova doença, embora exista há décadas. Os estudos ainda estão sendo realizados e publicados e só bem recentemente o assunto começou a ser discutido, mesmo com mais de 1 milhão de casos em todo mundo. A etiologia da doença, bem como seus sinais, sintomas e consequências não eram assunto antigamente discutidos, ou que tinham destaque nos interesses de pesquisadores.
E por não ter muitos profissionais que falem sobre o assunto e exponham as informações para o público, muitas delas se tornam inacessíveis, fazendo com que as mulheres portadoras da síndrome não saibam de muitos fatores importantes para o tratamento.
Portanto, nesse texto, vou te falar sobre 10 coisas que você precisa saber sobre a síndrome do ovário policístico. Espero que te ajude!
A primeira: A SOP é uma doença endócrina! Pelo fato do sintoma mais comum, e mais considerado, o maior de todos, ser a presença de cistos no ovário, e com isso surgir a dificuldade de engravidar, muitas pessoas acreditam que a síndrome é de causa ginecológica. E sim, também é. Mas a SOP é causada e desencadeada pelas alterações hormonais. E por isso, é uma doença endócrina. Não é culpa do seu aparelho reprodutor, nem se soluciona com a retirada de útero e/ou ovários.
Segunda verdade: A SOP, segundo alguns profissionais e doutores atinge 1 em cada 15 mulheres. E a resistência insulínica, que também faz parte das alterações hormonais, sendo um sintoma muito comum, atinge cerca de 90% das mulheres com SOP. Ou seja; você não está sozinha!
Terceira: Muitas pessoas diagnosticam a SOP apenas pelo fato de ter cistos no ovário, mas esse não é o modo correto. A mulher com SOP precisa ter dois dos quatro critérios de diagnóstico, segundo o consenso de Rotterdam. O consenso envolve a irregularidade ou a ausência de menstruação, cistos no ovário e hiperandrogenismo, ou seja, o excesso de hormônios masculinos, que são responsáveis pelos sintomas como acne, queda de cabelo, oleosidade, ciclo irregular, pelos em excesso, resistência insulínica e infertilidade. Ou seja: você nem precisa ter cistos no ovário para ter a Síndrome do Ovário Policístico. Basta ter ciclos menstruais irregulares ou anovulatórios, associados a alterações hormonais.
Quarta: A SOP, na maior parte das vezes, é descoberta na fase juvenil, porém, é um distúrbio que pode se manifestar de diversas formas e em qualquer idade! Sem contar que a SOP pode ser um fator de risco para outras doenças, como endometriose, doenças cardiovasculares, gordura no fígado, entre outras consequências. Mas calma: elas aparecem quando a SOP não é tratada!
Quinta: O verdadeiro tratamento da SOP, considerado como carro chefe, é a alimentação e a mudança de estilo de vida. Há pouco tempo atrás, antes desse assunto começar a ser falado e os estudos serem realizados, a maioria das mulheres conheciam apenas o anticoncepcional para o tratamento da SOP, e nada mais. Hoje, inclusive, sabe-se que o anticoncepcional não trata a SOP, apenas mascara os sintomas. Com isso o problema continua existindo e ao interromper o uso do medicamento, os sintomas voltam a reaparecer, de forma cada vez pior e mais intensa. Além da alimentação, a prática de atividades físicas é de extrema importância, pois ajuda no tratamento da SOP, dos sintomas e a prevenir possíveis consequências.
Sexta: De acordo com a Diretriz Brasileira sobre a SOP, a alimentação juntamente com a prática de atividades físicas, também é considerado o tratamento de primeira linha, com mais eficácia. Com essa dupla podemos melhorar a resistência insulínica e com uma perda de 10% do peso ponderal ou de 15% do peso em gordura, é possível restaurar a fertilidade da mulher portadora.
Sétima: Com a mudança de estilo de vida, a mulher com SOP pode vir a perder peso! Com a perda de peso, outros benefícios vêm junto, como por exemplo, a baixa dos hormônios masculinos, que são causadores dos sintomas. Além disso, ajudará a melhorar o perfil lipídico e glicídico da mulher. Com isso, a mulher possui menos chances de ter consequências da SOP e as chances de engravidar naturalmente passam a ser as mesmas da mulher não portadora.
Oitava: Induzir a ovulação ou usar medicamentos para isso sem antes controlar todo o quadro pode resultar em aborto. A gestante com SOP descompensada e não tratada também apresenta maior risco de desenvolver diabetes gestacional, pré eclampsia, eclampsia, ter nascimento de natimorto ou parto prematuro.
Nona: Mulheres com a síndrome costumam apresentar um maior nível de percentual de gordura, adiposidade central, ou seja, gordura acumulada no abdomen, testosterona, triglicerídeos, insulina e colesterol. Apresentam fatores de risco para doenças cardiovasculares, se comparadas com mulheres sem a síndrome, mesmo com o mesmo índice de massa corporal (IMC).
Décima: A síndrome pode se manifestar de diversas maneiras, e exatamente por isso, é de extrema importância fazer o tratamento adequado. Até o momento não se tem informações sobre porque ela acontece, nem se conhece o caminho para a cura. O que temos de informação diz respeito ao tratamento, e fazendo tudo da forma correta, a mulher com SOP pode se tornar assintomática por anos, sem prejuízos para a sua saúde.
Em resumo, é de extrema importância que você conheça e trate a SOP, trate os sintomas, e tenha um estilo de vida saudável.
Tenha uma equipe completa ao seu lado, com endocrinologista, nutricionista, ginecologista, e para ficar completa, com um personal trainner.
Não subestime nenhum profissional, e não negligencie nenhum exame!
Trate, de forma correta, e viva livre da SOP!