Alergia à proteína do leite de vaca: você entende o que é? Se a resposta foi não, mais ou menos ou talvez, vem comigo para esse texto:
O que é
A alergia a proteína do leite de vaca (APLV) é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente às proteínas do coalho (caseína) e as proteínas do soro (alfa-
lactoalbumina e beta-lactoglobulina).
A ocorrência de alergia alimentar vem aumentando no mundo como um todo. Estima-se que a prevalência de alergias alimentares em geral seja em torno 6% em crianças menores de 3 anos e 3,5% em adultos.
Sintomas
Se seu filho apresentar um ou mais desses sintomas, você deve procurar um médico especialista:
– Dificuldade para engolir;
– Dificuldade de ingestão;
– Regurgitação;
– Cólicas intensas;
– Coriza frequente,
– Obstrução nasal;
– Urticária sem relato de infecção,
– Ingestão de medicamentos;
– Inchaço de lábios e etc.
Vale ressaltar que esses sintomas também podem ser fisiológicos ou estar associados a outras causas, por isso a avaliação de um alergista é fundamental e indispensável.
Causas
As possíveis causas associadas à APLV são:
1- Influência genética / familiar: é fator mais associado ao desenvolvimento da alergia;
2- Hipótese da higiene: essa tem sido considerada uma das possíveis causas do aumento das alergias alimentares, pois os hábitos de limpeza, as vacinas e os antibióticos tornam as pessoas menos expostas a infecções, o que pode colaborar para um sistema imunológico menos reativo
3- Exposição precoce às proteínas do leite: ao nascer, o intestino e o sistema de defesa do bebê ainda estão terminando de se formar, ou seja, “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos e a defender o organismo contra substâncias nocivas.
A oferta precoce de leite de vaca para bebês, principalmente nos primeiros dias de vida, aumenta as chances de a criança desenvolver APLV, pois os órgãos do trato digestório ainda
não estão prontos e a criança poderá ter dificuldade de digerí-lo, absorvendo suas proteínas inteiras, antes de serem digeridas até peptídeos e aminoácidos.
O sistema de defesa do bebê, que também está em fase de maturação, pode confundir a proteína do leite de vaca com algo nocivo e começar a reagir, desencadeando a alergia.
Quando ocorre o diagnóstico
Quando bebê já é mais velho e é diagnosticado com APLV, o tratamento é a exclusão do leite de vaca e todos os seus derivados e qualquer alimento que tenha traços do leite por um
período determinado, pois a alergia não é causada pela quantidade ingerida, e sim pela proteína em si. Portanto, até uma pequena quantidade pode causar a reação alérgica.
Se o bebê ou criança não mamar no peito, nesse caso a mãe não precisa fazer restrições alimentares, mas terá que tomar cuidados, para que o bebê não tenha contato com o leite que
ela ingere, seja através de um beijo ou do toque com as mãos sujas. Além disso, ela deverá evitar o uso de cosméticos ou produtos de higiene contendo leite na composição, como
cremes hidratantes e sabonetes, por exemplo.
No caso de o bebê receber exclusivamente leite materno ou ter a alimentação complementada, ainda assim pode apresentar sintomas tardios ou crônicos que podem estar relacionados à APLV, tais como diarréia ou intestino preso, muco ou sangue nas fezes, cólica, refluxo gastroesofágico, baixo ganho de peso, dermatite, entre outras manifestações. Nesses casos a amamentação deve ser continuada e a dieta de exclusão de leite de vaca e seus derivados deve ser realizada pela mãe.
A amamentação e a APLV
O leite materno possui substâncias que estimulam a imunidade, fortalecendo o bebê. Também possui substâncias anti-inflamatórias e anti-infecciosas, substâncias protetoras da mucosa intestinal, probióticos naturais e principalmente, o que chamamos de fatores de crescimento do trato gastrointestinal que ajudam na recuperação do intestino do bebê com APLV.
O leite materno ainda é o padrão ouro no que diz respeito à alimentação infantil, por isso, ao diagnosticar a APLV no seu bebê, a mamãe não deve interromper a amamentação, seja ela
exclusiva ou não.
A dieta da mamãe
Quando o bebê é diagnosticado com APLV, é preciso que a mãe tome alguns cuidados em sua alimentação para que não interfira no aleitamento materno.
A alimentação da mãe deve estar restrita de leite de vaca e os derivados, bem como qualquer alimento que leve leite na composição ou que contenha traços.
É de extrema importância que a mãe tenha um acompanhamento nutricional para que eja feita sa prescrição de uma dieta individualizada e suplementação medicamentosa se necessário. É importante se atentar principalmente ao cálcio.
O tratamento nutricional é de extrema importância tanto para a mãe quanto para o bebê, para não colocar em risco nutricional nenhum deles.
Em alguns casos é necessário que a mãe retire da sua alimentação outras proteínas, como por exemplo do ovo. Mas isso varia de caso para caso e deve ser avaliado por profissionais da área.
Quando a amamentação precisa ser interrompida?
A amamentação para bebês com APLV é muito importante, sendo exclusivo até os 6 meses de idade, e com manutenção até os dois anos de idade para que o bebê receba todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento em perfeito estado. A amamentação não deve ser interrompida, pelo contrário!! É de total importância que seja continuada para que o sistema imunológico do bebê se fortifique.
Introdução alimentar
Quando chegar a fase da introdução alimentar é necessário que o bebê tenha uma alimentação um pouco diferenciada. Deve-se excluir todos os alimentos que possuem a proteína do leite de vaca.
Bebês com aleitamento materno ou maiores de 2 anos não necessitam de fórmulas. Já os bebês menores de dois anos que não possuem o aleitamento materno por alguma razão, precisam do uso de fórmulas como complemento da alimentação. Nesse caso, o ideal é ir direto para fórmulas que contenham proteínas hidrolisadas recomendada pelo médico. Essas fórmulas têm grande probabilidade de resolver o problema.
A alimentação do bebê deve ser acompanhada de perto por um profissional da Nutrição para que observe como está a absorção dos nutrientes do bebê, para que não ocorra nenhuma deficiência nutricional e que seu crescimento e desenvolvimento sejam mantidos dentro da curva de normalidade.
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E você mamãe, já passou ou ainda passa por isso?