O que é endometriose?
A endometriose é um quadro caracterizado pela presença anormal do endométrio fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga. O endométrio é o tecido que reveste o interior do útero. É normal que a cada ciclo, essa camada fica mais espessa para receber um óvulo fecundado. Quando não ocorre essa implantação, o endométrio descama e é expelido através da menstruação, este é um processo natural do organismo de todas as mulheres em fase reprodutiva.
Quando ocorre de um pouco desse sangue migrar no sentido oposto, ele cai nos ovários ou na cavidade abdominal, e ficará por lá, esse quadro é denominado menstruação retrógrada. As causas ainda são desconhecidas, mas é possível que mulheres que tenham casos da doença na família estejam mais suscetíveis a desenvolvê-la. Os estudos divulgados pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia mostram que 51% dos casos analisados possuíam a presença da doença na família.
Atualmente, essa doença chega a afetar cerca de 6 milhões de mulheres no Brasil, 30 % delas têm chances de se tornarem estéreis.
Sintomas da endometriose
Entre os sintomas, é comum que a dor seja o sintoma que leve a mulher a desconfiar que algo está errado. Os sintomas, geralmente são:
- Cólicas menstruais intensas
- Dores durante a relação sexual
- Dores abdominais no período pré-menstrual
- Sensação extrema de cansaço
- Alto fluxo menstrual
- Constipação e dor intestinal
Os sintomas podem incluir náuseas e vômitos durante os quadros de dores forte, sensação dolorida ao urinar e presença de nódulos.
Diagnóstico
Na presença de alguns sintomas, a mulher deve se consultar com o ginecologista. O diagnóstico costuma ser difícil ou um tanto demorado, por isso, o quanto antes procurar ajuda melhor, a fim de evitar o agravamento da doença.
Além do exame de toque vaginal, na maioria dos casos é necessário fazer uso de alguns exames específicos, como:
- Exame pélvico: onde é investigado alterações na região, principalmente nos ovários e nas trompas.
- Ultrassonografia transvaginal: para encontrar possíveis cistos na região pélvica.
- Ressonância magnética: para diagnosticar casos de endometriose profunda.
- Laparoscopia: partindo de uma pequena cavidade realizada pelo médico que torna possível analisar a estrutura do tecido da cavidade abdominal.
- Colonoscopia: busca por alterações na parte interna do intestino.
- Cistoscopia: utiliza-se de um endoscópio para analisar as vias urinárias.
Tratamento
Para a escolha do melhor tratamento, é necessário análise minuciosa do caso, que levará em conta fatores como idade, grau da doença e se há desejos da paciente em ter filhos futuramente.
Dieta
Assim como em outros quadros, a dieta pode auxiliar na prevenção e tratamento da endometriose. Isso porque os alimentos estão ligados ao equilíbrio hormonal do organismo, tanto feminino quanto masculino. Ofertar uma quantidade e qualidade de nutrientes adequadas pode alterar positivamente, assim como a alimentação pobre em nutrientes pode trazer desfavores ao processo saúde-doença.
A alimentação para prevenção de endometriose deve ser rica em fibras, vitamina C e ômega 3.
O que devo consumir?
As fibras devem estar presentes em qualquer dieta saudável, possui muita influência na regulação do nosso organismo, sendo uma aliada contra problemas com colesterol, obesidade e diabete e auxiliam para o bom funcionamento intestinal. Algumas mulheres com endometriose tendem a ter o intestino muito preso ou muito solto, as fibras vêm para melhorar esse sintoma.
Para incluir as fibras na dieta, consuma arroz e pães integrais, frutas e legumes com casca, aveia, semente de chia e linhaça, vegetais folhosos.
O consumo de ômega 3 beneficia a produção de prostaglandina PGE, reduzindo o nível de inflamação abdominal, provocada pela endometriose.
Os alimentos para incluir nas refeições e melhorar os níveis de ômega 3 são: salmão, sardinha, cavala, atum, anchova, etc., óleo de coco, semente de chia, semente de linhaça, nozes.
Os alimentos que proporcionam ação antioxidante e anti-inflamatórias também são muito bem-vindos. Eles são: açafrão, azeite de oliva, chá de gengibre, chá de vitex, chá verde, frutas vermelhas, frutas cítricas, linhaça, chia, gergelim, peixes, alho, cebola, curry, castanhas, nozes, amêndoas, vegetais, óleo de coco.
A redução do consumo de certos alimentos também se faz necessário, principalmente os que trazem resposta inflamatória, como leite e derivados, carne vermelha, alimentos gordurosos, açúcares, embutidos, bebidas gasosas, carboidratos simples como a farinha branca. Os embutidos e industrializados devem ser evitados.