A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma doença endócrina que provoca diversas alterações hormonais, que levam a sintomas como aumento de pelos; pele oleosa e com acne; infertilidade, irregularidade menstrual, manchas escuras na região do pescoço, queda de cabelo, entre outros. Todas essas alterações interferem diretamente no psicológico da mulher afetada levando a quadros de ansiedade, depressão e falta de interesse sexual.
Aproximadamente 25% das mulheres em idade produtiva no Brasil são afetadas pela SOP. As causas ainda não estão totalmente estabelecidas, mas sabe-se que existe participação genética na origem assim como a obesidade constitui fator de risco importante para o surgimento. Atualmente atribui-se fortemente que a origem da SOP está associada com a produção da insulina em excesso pelo organismo, condição extremamente comum em mulheres com sobrepeso e obesidade.
A obesidade pode levar à síndrome metabólica, que leva a resistência à insulina, que leva a hiperprodução de insulina, o que estimula os ovários e suprarrenais a produzir hormônios asteroidais facilitando o surgimento da SOP e agravando os sinais e sintomas da doença. A insulina age em nível central levando a secreção anormal de LH e o ciclo se repete.
Existem medicações usadas no tratamento da SOP, porém a maioria delas atua nas consequências da enfermidade e é aí que a alimentação ganha destaque. A importância do papel da reeducação alimentar nessas pacientes vem ganhando cada vez mais espaço no enfrentamento da doença, justamente por interferir na origem do problema. Estratégias alimentares com baixa quantidade de carboidratos simples (low carb) e uso de alimentos funcionais tem mostrado boa resposta justamente por diminuir o estímulo da produção de insulina, e quando associado a um programa de restrição calórica levaria a perda de peso (gordura corporal) e consequentemente melhoraria na sensibilidade a insulina.
Muitas mulheres ao descobrirem s SOP procuram o ginecologista para tratar a síndrome. Não que ele não seja importante. Toda mulher deve ter um ginecologista de confiança ao lado e ele também é importante no tratamento da SOP. Mas, na equipe que constitui o acompanhamento dessa mulher o endocrinologista é um profissional essencial pois com sua ajuda é possível analisar todos os níveis de hormônios para ver se estão ou não adequados, tratando individualmente as alterações. Lembre-se: a SOP é uma doença ENDÓCRINA, logo, nenhum profissional seria melhor que o endocrinologista para encabeçar o tratamento.
Além dele, a presença de um nutricionista é muito importante para que se consiga tratar a SOP de uma forma natural e eficaz, como mostrado acima. Além da alimentação específica para cada alteração apresentada, a nutricionista pode indicar chás, produtos naturais e fitoterápicos que auxiliem no tratamento da SOP e dos seus sintomas.
O personal trainer também deve entrar na equipe. Com a mudança de estilo de vida e a prática de atividades físicas você terá benefícios gigantescos. O psicólogo também pode ajudar, e muito, pois sabe-se que com diversas alterações hormonais, e também por diversos sintomas que aparecem, a rotina da mulher pode ser um pouco alterada, trazendo desconfortos, e isso pode acarretar no emocional. Além disso, mais de 50% das portadoras de SOP tem ou já tiveram depressão e/ou síndrome do pânico. Um psicólogo pode evitar determinadas situações e ajudar a solucionar as que já tenham acontecido.
Por isso, é de extrema importância uma equipe com diversos profissionais, para que todas as áreas, sejam tratadas com eficácia e a mulher retome sua vida, suas características e sua auto-estima.