O conhecimento de uma nutrição ideal para a concepção bem-sucedida é imprescindível, pois proporciona o consumo ideal de todas as vitaminas, minerais e macronutrientes, possibilitando assim, um perfil pré concepcional muito mais seguro. O feto também irá necessitar da transferência dos substratos da mãe, e isso também deve ser levado em conta.
Devemos deixar claro que quando falamos em fertilidade, falamos sobre o homem e a mulher, pois o estado de ambos pode favorecer ou não a concepção. As políticas públicas atuais recomendam o uso de suplementação de folato, porém, outros nutrientes também são importantes para a redução de riscos de defeitos congênitos, como a vitamina B12, B6, a niacina, o ferro e o magnésio.
As causas de infertilidade podem ser vários fatores, como o masculino (25 a 40%), defeito na ovulação (20 s 30%), defeito na trompa de falópio (20 a 30%), causas desconhecidas (10 a 20%), endometriose (5 a 10%) e outras doenças (4%). A obesidade também é um fator de risco para a infertilidade. Mulheres com menos de 17% de gordura corporal normalmente não possuem o ciclo reprodutivo normal, por isso, não menstruam, como nos casos de distúrbios alimentares.
A deficiência de vitamina D, para ambos os sexos, pode ser associado à infertilidade. O cálcio também é importante para homens em caso de espermatogênese, quando há motilidade do esperma, e outras características.
As recomendações para melhorar todos os quadros, trazendo maior possibilidade de sucesso na fertilidade, incluem ingerir uma dieta baixa em glicemia, reduzindo gorduras saturadas e eliminando as gorduras trans, e praticar atividades físicas.
A alimentação saudável é fundamental para a manutenção das funções normais do organismo. Porém, quando um casal planeja ter um filho esse cuidado ganha ainda mais importância para o casal. Pensando nisso, pesquisadores da Harvard Medical School (2009), criaram a conhecida “Dieta da Fertilidade”, que foi capaz de demonstrar aumento das chances de sucesso da concepção, gerando um bebê saudável. A base desse estudo é a proposta de uma reeducação alimentar, onde substitui-se os alimentos por outros mais benéficos. Há comprovação que ela auxilia na preparação do organismo para a gestação. De acordo com a Sociedade Americana de Reprodução Humana, essa reeducação alimentar deve ser introduzida de três meses a um ano antes das tentativas.
Nutrientes e a fertilidade
Alguns fatores podem atrapalhar o sucesso da concepção. Durante esse período de pré concepção, é necessário evitar a ingestão de bebidas alcoólicas pode interferir na produção dos hormônios masculinos, como a testosterona, por isso, deve ser evitado. Em contrapartida, alguns alimentos podem auxiliar no processo da produção de espermas,
Vitamina E: auxilia na proteção dos espermatozoides de possíveis mutações em suas células reprodutivas;
Zinco: sua presença está associada a um aumento na concentração de espermatozoides;
Vitamina C: potencial antioxidante, capaz de promover uma melhora na movimentação dos espermatozoides;
Cromo: fundamental no processo de formação de novas células da linhagem germinativa.
Alimentos à serem introduzidos na dieta:
- Óleo de gérmen de trigo
- Sementes de girassol
- Avelã
- Kiwi
- Morango
- Acerola
- Laranja
- Cereais
- Legumes
- Peixes
- Castanhas
- Fígado
- Camarão
- Tubérculos
- Frango
Alimentos a serem evitados
A cafeína pode prejudicar prejudica a capacidade do organismo em absorver ferro e cálcio, também pode promover um aumento no número de radicais livres (moléculas que danificam as células reprodutivas) dificultando, dessa forma, a concepção. A ingestão recomendada de cafeína por dia não deve exceder 300 mg por dia.
Alimentos como pão, macarrão, biscoitos e qualquer outro feito com farinha de trigo também devem ser evitados, por ser farinha processada e será rapidamente absorvida no organismo, podendo causar picos de glicose. Os alimentos derivados de soja contêm fitoesterol, uma espécie de hormônio de origem vegetal capaz de interferir na ação normal do estrogênio, limitando-o.
Os temperos prontos também são prejudiciais, por conterem muito sódio, que pode prejudicar a circulação sanguínea, favorecendo a retenção de líquido e o desenvolvimento de alterações na pressão arterial. O sal de cozinha deve ser consumido com moderação.
As opções de produtos super práticos e nada saudáveis disponíveis no mercado devem ser extremamente evitados. Hambúrguer, pizza, pães, biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, iogurtes com aditivos artificiais, sucos, refrigerantes, sorvete, enfim, a lista dos processados e ultra processados é grande. Acontece que esses alimentos são ricos em calorias vazias, não têm nenhum perfil nutritivo, e contêm gordura saturada ou até gordura trans.
Vale a pena ressaltar que a preparação para a gestação deve incluir hábitos saudáveis, que são compostos por alimentação equilibrada, prática de atividade física, promoção de bem estar físico e mental (a fim de eliminar o estresse).